Massa Monetária (quantidade de dinheiro), como se mede?
Os agregados monetários M1, M2 e M3 são diferentes formas de medir a quantidade de dinheiro disponível em uma economia.
Cada um deles inclui diferentes tipos de ativos monetários, variando de ativos altamente líquidos (como dinheiro e depósitos à vista) até ativos menos líquidos (como depósitos a prazo e outros instrumentos financeiros). Vamos ver cada um em detalhes:
1. M1 (Dinheiro Estritamente Líquido)
M1 representa o dinheiro que está imediatamente disponível para transações e que tem o maior grau de liquidez. Inclui:
- Dinheiro físico: Notas e moedas em circulação.
- Depósitos à vista: Contas bancárias que permitem retiradas imediatas, como contas correntes.
Características:
- Altamente líquido: M1 é o dinheiro que pode ser imediatamente utilizado para pagar bens e serviços.
- Exemplos: Notas de euro em sua carteira ou saldo disponível em sua conta corrente.
Podemos concluir que um aumento na massa monetária M1 contribui mais directamente para o aumento dos preços dos bens e serviços, pois a sua liquidez permite o consumo, a troca do dinheiro por bens e serviços.
2. M2 (M1 + Depósitos de Curto Prazo)
M2 inclui todos os componentes de M1, mas também inclui alguns ativos que não são tão líquidos, mas que podem ser convertidos rapidamente em M1. Estes são:
- Depósitos a prazo de curto prazo: Depósitos que têm prazos fixos, mas que podem ser convertidos em dinheiro em curto prazo (normalmente em até 2 anos).
- Depósitos de poupança com alta liquidez: Depósitos em contas de poupança que, embora não sejam usados diretamente para transações, podem ser retirados com relativa facilidade.
Características:
- Moderadamente líquido: Os ativos em M2 podem ser convertidos em M1 com pouca dificuldade, embora não possam ser usados diretamente para compras imediatas.
- Exemplos: Contas de poupança, certificados de depósito de curto prazo.
3. M3 (M2 + Instrumentos Financeiros de Longo Prazo)
M3 inclui todos os componentes de M1 e M2, mas também incorpora ativos menos líquidos, como instrumentos financeiros de longo prazo. Estes são:
- Depósitos a prazo de longo prazo: Depósitos com prazos superiores a dois anos.
- Títulos de dívida de curto prazo: Títulos negociáveis emitidos por bancos que têm um vencimento curto (até dois anos).
- Recompra de ações e participações de fundos de mercado monetário: Instrumentos financeiros que são um pouco mais complexos e com menor liquidez, mas que ainda podem ser convertidos em dinheiro.
Características:
- Menos líquido: M3 inclui ativos que são mais difíceis de converter em dinheiro rapidamente e, geralmente, são usados mais para poupança e investimento do que para transações diretas.
- Exemplos: Depósitos a prazo de longo prazo, grandes certificados de depósito, participações em fundos de mercado monetário.
Resumo das Diferenças:
- M1: É o dinheiro mais líquido disponível imediatamente (dinheiro físico e depósitos à vista).
- M2: Inclui M1 + depósitos de curto prazo e contas de poupança de fácil acesso, mas que ainda requerem algum tempo para serem convertidos em M1.
- M3: Inclui M2 + ativos financeiros mais complexos e de longo prazo, que são menos líquidos e mais difíceis de converter em dinheiro rapidamente.
Utilidade dos Agregados Monetários:
- O BCE e outros bancos centrais utilizam esses agregados para monitorizar e gerir a oferta de dinheiro e, por extensão, a política monetária.
- M1 é mais relevante para medir a quantidade de dinheiro disponível para consumo imediato, enquanto M3 pode ser um indicador da estabilidade financeira a longo prazo.
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